No quarto episódio da vigésima primeira temporada, “Franchise Prequel”, cujo tema é “notícias falsas” e conteúdo malicioso, os pais da cidade temem que as redes sociais estejam corrompendo seus filhos. Eles avaliam que as crianças “não têm capacidade cognitiva” para separar o que é fatos e o que é ficção nas informações online. No entanto, o episódio mostra que são os adultos que são facilmente enganados. Com base em notícias falsas lidas em seus feeds do Facebook, eles passam a acreditar que os compartilhamentos dos filhos vão ser distorcidos e eles vão agir de modo diferente do usual, de tão contaminados pelo conteúdo espalhado nas redes sociais.<br><br>O episódio segue Stan, Kyle, Cartman, e Kenny e outros personagens como o grupo de super-heróis Coon and Friends. Na época das plataformas de streaming, as crianças estão cientes que qualquer história pode ser comprada e, assim, tentam construir um universo cinematográfico próprio, como o da Marvel, ou, pelo menos, ter um projeto envolvendo super-heróis comprado pela Netflix.<br><br>South Park em um episódio condensou a problemática relação entre as estratégias de captura da atenção e os impactos na comunidade. Será que as notícias falsas fazem parte desse repertório? A manipulação da opinião pública sobre plataformas de mídias sociais e aplicativos de mensagens privada e pública surgiu como uma ameaça crítica à vida pública (Bolsover, Howard, 2017). Em todo o mundo, usuários anônimos, grupos clandestinos, agências de marketing e até partidos políticos estão explorando as redes sociais para espalhar desinformação, exercer influência e minar a confiança na mídia e nas instituições públicas (Caetano et al, 2018). A exploração da desinformação também está servindo como instrumento para grupos extremistas espalharem o discurso de ódio. No Brasil, há toda uma ecologia em rede nas mídias sociais e nos aplicativos de mensagem instantânea com uma sólida e constante campanha de viralização de conteúdos que promovem a violência ou têm como objetivo principal incitar o ódio contra indivíduos ou grupos, com base em determinadas características como: raça ou etnia, religião, deficiência, sexo e orientação/identidade sexual.<br><br>A relação das empresas com o controle está diretamente relacionada com a arquitetura do engajamento. Enquanto o comprador de anúncios tem distintas opções de alvo e perfil, os usuários têm no máximo três. Como uma ferramenta política, temos uma diferença gigante em termos de alcance, visto que as métricas relacionadas aos usuários são momentâneas e implícitas. Assim, “o que as pessoas querem” se afirma como um dissipador ou atrativo estranho. Eles são uma força. É a receita para um jogo de impulsos (desonesta) em nome do commodity da ‘atenção’ e não do ‘discurso’. É para isso que perfis fakes, semi-automáticos ou bots são utilizados. Eles agenciam nesta máquina como estratégia de guerra, mas não são a preocupação maior. Todo esse campo denominado machine learning, deep learning, inteligência artificial e algoritmos não podem abrir uma chancela para o obscurantismo. Machine learning opera com a opacidade, estamos criando ferramentas autopilotadas com uma estrutura algorítmica sem conexão com valores ‘humanos’. Novamente, Tufekci nos lembra que tudo isso é em nome do click.
Via Quatro, the concession holder of São Paulo Metro’s Yellow Line, has recently installed a new set of interactive platform doors that display ads and information in three stations. They also use sensors with screens and facial recognition technology to monitor the reaction of viewers to what is being displayed—and that has privacy advocates worried.