Resources for the global digital safety training community.
Come join us at Can Masdeu, Barcelona from the 4th to the 6th of October 2024 to explore queer ecology and degrowth!
No desenvolvimento de nosso trabalho apresentamos 2 programas que se entrelaçam: Justiça Restaurativa, uma Filosofia Prática e Cuidar de si na presença do outro: uma estratégia política, ambos indicando novos caminhos para o pensamento que favoreçam outras possibilidades de existência frente ao modelo técnico-científico que nos determina e deixa marcas em nossos modos de existir.
Justiça Restaurativa, uma Filosofia Prática.
Cuidar de si na presença do outro: uma estratégia política.
“Ocupar-se consigo não é pois, uma simples preparação momentânea para a vida; é uma forma de vida”.
Foucault, Hermenêutica do Sujeito.
Dedicamos à nós mesmos aquilo que desejamos aos outros? Perdemos a presença diante do adestramento dos corpos, da captura do desejo produzindo uma vida posta à ter um emprego produtor de capital. Como a partir dos nossos corpos, podemos reivindicar o direito ao gozo, ao prazer?
Tomamos emprestadas as reflexões do filósofo sul coreano Byung-Chul Han sobre a “sociedade do cansaço” em que traz como característica atual do capitalismo não ser mais necessário um opressor externo, já que constrói dentro de cada um de nós o nosso próprio tirano que nos exige cada vez mais.
O filósofo estabelece uma linha de reflexão crítica próxima às de Foucault e Deleuze das quais se destaca a fabricação de uma subjetividade capturada e marcada pelo desejo neurótico da falta.
Em nossa prática cotidiana temos assistido pessoas, enfrentando pesadas rotinas, desenvolvendo doenças, lidando com a sensação constante de estarem prestes a falhar, dedicando menos tempo àquilo que lhes é prazeroso: tempo de convívio com seus familiares, parceiros e amigos, passeios, poesia, raios de sol ou banho de mar, pessoas cuja alegria foi subtraída, reduzida à uma espécie de paranoia produtiva.
No trabalho voltado aos modos de construção do justo nos parece que o conceito do cuidar de si é mais atual do que nunca e neste sentido resistir, encontrar contornos e aprender a dizer “não”, relaciona-se com a capacidade de ser sujeito ativo, que podendo reconhecer-se parte de um sistema político, social e econômico, sinta-se capaz de transforma-se, transformando-o.
Como compor um modo de vida potente? A potência de promover encontros, de afetar e sermos afetadas de inúmeras maneiras é o que mais desejamos (Conatus).
Neste programa propomos uma série de ações que podem nos levar a aprender outros modos de ouvir, falar, pensar, sentir e fazer… buscar o que se compõe com a nossa natureza e nos torna potentes.